PROGRESSÃO DA IDADE

Exercício pericial desenvolvido por Isnard Martins Professor, Doutorando Engenharia Industrial, MSc. Ergonomia, autenticado por Dr Newton Schittin, Perito, Médico Legista e Fausto Martuscelli Monteiro  , Perito, Engenheiro .

 


Simulação desenvolvida através de computação gráfica para cenários possíveis, apresentando 18, 40 e 60 anos
A idade mais avançada é importante para comparações com ascendentes diretos (pai e mãe)
Face Modeller - Singular Inversions Inc.

Palavras Chave
Antropometria, Ergonomia, Craneometria, Antropologia, Criminalística
Consultas sobre esta pesquisa pelo Tel - 21 8714 8827
ou e-mail   retratofalado@br.inter.net

Para localizar, precisamos inicialmente ter um rosto para procurar

A recuperação de uma criança que permanece desaparecida por alguns anos esbarra em obstáculos de tal ordem, que na maioria dos casos torna esta tarefa exaustiva e, muitas vezes sem qualquer resultado. Além das naturais dificuldades oferecidas pelo labirinto de pistas, ou até mesmo na falta delas, soma-se ainda o grave problema provocado pelas alterações dos traços faciais decorrentes do crescimento e hábitos adotados pelo desaparecido. Apenas o olhar agudo de técnicas periciais pode, através da análise de fotos e outros elementos complementares, aproximar uma possível identificação entre imagens pertencentes a épocas distintas, lembrando que o exame de DNA estará presente nas comprovações de identidade somente após a fase preliminar de buscas.

As progressões da idade que projetam o crescimento facial, ajudam a fornecer um quadro mais atualizado de uma possível imagem facial como no caso de crianças desaparecidas. É um estudo multidisciplinar que necessita não só a utilização de ferramentas adequadas como também da criatividade do seu autor. Trata-se de experimentos recentes surgidos a apenas duas décadas diante da necessidade de busca por pessoas desaparecidas e ou aquelas motivados pela curiosidade em projetar anos à frente os traços característicos de alguma pessoa jovem, com o intuito de configura-la após anos de seu desenvolvimento. Tais trabalhos devem ser feitos por especialistas com conhecimento das transformações craniofaciais que ocorrem durante o desenvolvimento entre a infância, puberdade e assim por diante (Martuscelli, 2005).

Ainda segundo Martuscelli (2005), alguns casos insolúveis se tornaram clássicos em razão da ampla divulgação dada pela imprensa, à exemplo do possível seqüestro do menino Guilherme Tiburtius que desapareceu aos oito anos de idade, em frente a residência de seus pais em Curitiba-Pr. Como estaria esse moço agora aos 23 anos de idade? A imagem que dele temos é a mesma estampada em cartazes de época.Outro caso que não quer cicatrizar é o que ora sou instado a opinar, o caso 'Carlinhos' seqüestrado nos idos 1973, retirado do seio de sua família que a época residia no Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Alice. Quem não se lembra do sorriso da criança bonita estampado em Jornal do Rio de Janeiro em manchetes por dias consecutivos? Como seria hoje o rosto provável desse senhor de 42 anos, Carlos Ramirez da Costa? Hoje, se ainda vivo, o modelo  retratado teria completos 42 anos de idade e, portanto, suas fotos quando desaparecido em nada contribuiriam para sua localização, pois já demonstraram com o tempo sua ineficácia (Martuscelli, 2005).

 

Quem tem mais de quarenta, guarda as lembranças do caso Carlos Ramires, o menino Carlinhos,  após o seu misterioso desaparecimento em 1973.

A esperança familiar é tempestivamente despertada por possíveis candidatos ao título do "filho e irmão" desaparecido em um conturbado rapto na rua Alice. Como a ave mitológica surgida das cinzas, estes "fortes candidatos" aparecem como o Phoenix, representado neste triste episódio.
Quem acompanha esta estória desde a sua origem não pode permanecer indiferente ao mistério que se arrasta teimosamente insolúvel há três decadas.

Independentemente das versões polêmicas e chocantes que cercam este caso, n ós peritos e colaboradores estamos oferecendo uma pesquisa que, partindo de fotos familiares e aplicando técnicas forenses disponíveis, projetamos visões alternativas de um rosto para o adulto Carlinhos, historicamente com 42 anos, cuja modelagem talvez possa refletir a sua hipotética fisionomia atual.

Para fornecer autenticidade à pesquisa, esta foi submetida às lentes de competentes peritos que julgaram e depuraram as projeções, dando-lhes maior realismo cronológico.

Desta forma, com o intuito de oferecer definitivamente uma esperança de reconhecimento desta "criança" perdida em um canto qualquer do planeta, postamos este estudo na Internet para posterior divulgação em mídias diversas,  na espectativa de um possível esclarecimento para este caso ainda sem um final.

 

Projeção da criança Carlinhos (na época, com 10 anos)  para um futuro possível, 30 anos à frente (agora, com 42 anos).

Alguns traços foram baseados nas linhas faciais históricas do pai e da mãe.O processo de transformação facial de Carlinhos progrediu até, aproximadamente, seus 18 anos. Segundo os professores Vanrel e Campos (2005) , a Antropometria baseia-se na tomada de medidas, ângulos e projeções das diferentes partes do corpo ou dos seus característicos mensuráveis. A Identificação Antropométrica estuda a Craneometria, isto é, à realização e exame das medições e relações antropométricas das diversas partes do crânio, visando estabelecer identidade quanto à constituição, ao sexo, à raça e à idade do indivíduo

O objetivo deste ensaio é oferecer um Carlinhos projetado, próximo da sua hipotética atual aparência.

Alguns modismos faciais, tais como barba, bigode e tamanho do cabelo não podem ser exatamente previstos.


Perspectiva

Mãe - reprodução

Pai - reprodução



Perspectiva

Perspectiva frontal



Perspectiva

Hábito de barba similar aquela do pai

Outra alternativa de cabelo


Perspectiva

Mais magro ou mais gordo


Galeria de alternativas de hábitos faciais


perspectiva


Ferramentas utilizadas neste Ensaio

PhotoComposerPlus  (Isnard Martins) 

 BookShape (Isnard Martins) 

 Visual Grafus (Isnard Martins)
Mapa de Inteligência e Investigação


PhotoShop 7.0  (Adobe M.R.)


Seqüência resumida de um exercício simples de progressão de idade

Fase 1
Coleta do acervo fotográfico existente
Coleta de informações relevantes sobre o desaparecido
Coleta de informações relevantes sobre familiares, relacionamentos, fundo ambiente, cenários, hábitos e evolução cronológica facial da família.

Fase 2
Análise do material coletado
Observação dos elementos faciais / biofísicos do desaparecido e de seus familiares.
Identificação da faixa etária mais precisa do desaparecido.
Análise de históricos e fatos relevantes.
Estudo das transformações antropométricas

Fase 3
Seleção das fotos básicas de frente e perfil;
edição frontal projetada destas fotos, com base no acervo existente para início do trabalho de progressão da idade.


 
Identificação Craneométrica (Vanrel e Campos, 2005)

  



Acervo

PhotoShop - (MR Adobe)
BookShape -
(Martins,I)

Modelagem bruta

Fase 4
Preparação das imagens.
Desenvolvimento da Progressão e possíveis transformações faciais
Modelagem de alternativas para progressão

 

 

 

 

Modelagem Bruta

PhotoComposer integrado- (Martins, i)
BookShape -
(Martins,I)

Modelagem final de Alternativas

Fase 5
Autenticação da Progressão (Peritos)
Atividades desenvolvidas durante a presente análise:

  • Busca de imagens de familiares da pessoa representada
    Levantamento de dados sobre o desenvolvimento físico
    Exame descritivo e comparativo entre as imagens obtidas
    Observação de características próprias do indivíduo e familiares
    Analise comparativa dos elementos encontrados e suas similaridades e discrepâncias
    Considerações finais e conclusão.

Conclusôes dos autores deste trabalho

No caso de crianças em desenvolvimento, a progressão de idade aplicada a uma foto demonstra a variação da relação anatômica do modelo a ser representado e basicamente é desenvolvida na configuração do crânio do modelo, sem maiores preocupações do artista em reproduzir uma progressão física ampla em relação a altura, peso e demais características.
No Brasil, ainda é insipiente a utilização desse método de trabalho e a escassez de laboratórios forenses voltados para essa atividade é dramática. Recentemente a Cemel - Ribeirão Preto (SP) inaugurou seu Laboratório de Antropologia Forense e já existe em andamento um projeto de reconstrução facial para aplicação em casos aonde, após localizada uma ossada, informações coletadas sobre especificidades da tipologia dos brasileiros serão incorporadas a esse crânio para que uma figura bi ou tridimensional possa ser apresentada como representação da aparência que a vítima teria quando morta.
A restituição da identidade de vítimas, a devolução dos seus corpos ou a localização e entrega às respectivas famílias,  graças a aplicação de métodos científicos é um dos grandes serviços que podem ser prestados à sociedade pela antropologia forense (Martuscelli, 2005).

Os métodos, técnicas e ferramentas utilizadas neste ensaio não esgotam as metodologias e processos periciais existentes ou outras teorias aplicadas na determinação, com melhor precisão, da idade e identificação de desaparecidos. A comprovação científica destes métodos necessita de tempo para acompanhamento dos experimentos e mensuração dos indicadores de eficiência dos casos de sucessos efetivamente comprovados. O fator tempo, entretanto, representa o maior obstáculo em quaisquer dos métodos utilizados, particularmente no caso de crianças desaparecidas, devido às suas contínuas mutações físicas.  Porém, assim como nos sistemas de retratos falados, o que se obtém como produto da modelagem nas diversas metodologias aplicadas é a melhor das aproximações possibilitada pelas evidências coletadas.  É uma combinação da tecnologia com a melhor das alternativas, produzida pelo somatório das investigações, fatos, fotos e, sobretudo, uma razoável criatividade orientada por todas as evidências que cercam o caso.

Esperamos com este trabalho auxiliar os esforços das autoridades e organizações dedicadas à busca de crianças desaparecidas e, quem sabe, ajudar na obtenção, de alguma forma, da resposta para a pergunta que o tempo não conseguiu calar:
" Sr. Carlos Ramires, onde se encontra neste exato momento?"

Bibliografia

Dantas, George F. Sistemas Biométricos de Identificação pela Imagem Facial. Consulta em Perito Criminal,  http://www.peritocriminal.com.br/biometria.htm, em maio de 2005

Borges dos Reis, Albani; et Al; Tratado De Perícias Criminalísticas - Identificação Humana, de Editora Sagra Luzzato, Porto Alegre, 1999.
Martuscelli, Fausto Monteiro; Laudo Pericial - Exercício de Progressão para Carlos Ramires. 2005.

Moraes, Anamaria.; DESIGN E AVALIAÇÃO DE INTERFACE - Editora iUsEr, Rio de Janeiro, 2002.

Norman,Donald.THINKING BEYOND WEB USABILITY. Disponível

em:http://webword.com/interviews/norman.html

Santos , Robson. Ergonomização da Interação Homem-Computador. Monografia PUC-Rio, 2000

Martins, Isnard. Tools ergonomics for the graphic reproduction of facial images: man or computer production? Anais do Congresso Internacional de Design da Informação, setembro 2003, Recife, Pernambuco, Brasil.

Martins Isnard. Retrato Falado - Uma Abordagem Prática. Documentação Técnica – Software PhotoComposer, em 2003.

Vanrell,Jorge, Campos Maria B. ; consulta em
 http://www.pericias-forenses.com.br/icraniodo.htm ,  em outubro de 2005


Não temos informações sobre autoria das fotos do Pai, da Mãe e de Carlos Ramires. Solicitamos, com agradecimentos antecipados,   referências para o registro dos devidos créditos neste trabalho.


Conteúdo reservado. Qualquer divulgação, em qualquer meio ou mídia, das composições originais ( faces projetadas ) desenvolvidas e exibidas  neste site poderão ser divulgadas mediante consulta e autorização prévia, citando sempre fonte da pesquisa, autor e peritos autenticadores.
Consultas pelo Tel - 21 8714 8827
ou e-mail   retratofalado@br.inter.net

Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2005.