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   Editor
  Convidado: Nely Caixeta O ouro está lá fora
 Grandes, médias e pequenas empresas
  brasileiras desbravam mercados para seus produtos e incorporam a cultura de exportações
  como uma ferramenta indispensável para prosperar na economia globalizada   Gire um globo terrestre, aqueles de plástico das aulas de geografia de
  antigamente, e coloque o dedo num país qualquer. Muito possivelmente, nesse
  ponto exato do planeta -- o Vietnã, a Líbia, a Índia ou a França --, haverá
  alguém sentado de boca aberta numa cadeira de dentista produzida a milhares
  de quilômetros dali. Mais precisamente na fábrica da Gnatus,
  em Ribeirão Preto, a 350 quilômetros de São Paulo, o principal centro de
  produtos odontológicos do país. Além de cadeiras, também cubas, brocas,
  refletores com sensor óptico e sistemas digitais de diagnóstico por imagem
  produzidos na Gnatus equipam hoje salas de
  dentistas e faculdades de odontologia em mais de 100 países nos quatro cantos
  do mundo. A cada mês, 1 000 conjuntos completos de
  consultórios saem das amplas instalações da empresa, localizada nos arredores
  da capital da chamada Califórnia Brasileira. Desse total, 45% são vendidos no
  exterior, o que faz da Gnatus o terceiro entre os
  maiores fabricantes mundiais de produtos odontológicos.
 Empresas como a Gnatus são responsáveis em boa
  medida pelas excelentes notícias acumuladas pelas exportações brasileiras nos
  últimos tempos. Em abril, as exportações bateram em 4,8 bilhões de dólares,
  um crescimento de 35,9% sobre o mesmo mês de 2002. Até poucos anos atrás
  fonte certeira de más notícias, a balança comercial encerrou os primeiros quatro
  meses do ano com superávit de 5,2 bilhões de dólares contra 1,4 bilhão no
  mesmo período de 2002. Já são 25 meses consecutivos de saldos positivos no
  comércio exterior.
 Para estrear com sucesso no mercado internacional, algumas regras são
  elementares. A começar por uma boa dose de paciência e perseverança. Se todos
  sucumbissem às primeiras dificuldades -- e elas são freqüentes --, muitos
  exportadores de sucesso teriam ficado pelo meio do caminho. "Leva tempo
  mesmo", diz a ex-ministra Dorothea Werneck, que presidiu durante quatro
  anos a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil),
  ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e
  voltada para pequenas e médias empresas. "É bobagem imaginar que uma
  primeira ida ao exterior irá render alguma venda." Para
  empresas veteranas no comércio internacional como a Marcopolo,
  a regra da paciência e perseverança já foi incorporada à cultura interna.
  "Quem quer exportar precisa saber que vai gastar dinheiro, ter
  aborrecimentos e passar anos sem vender nada", diz Paulo Bellini,
  presidente da Marcopolo. "Mas é assim mesmo. É
  preciso investir e peregrinar." .
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   A
  justiça pode ser cega, mas não é surda. Diversas indústrias recém instaladas
  reivindicaram, enfaticamente, junto ao Ministério de Indústria e Comércio de
  VOCAT, a abertura de canais de negociação para compra de matérias primas e
  vendas de produtos por outros meios distintos dos canais impostos pelo
  governo. A realidade verificada presentemente em VOCAT, bloqueia a negociação
  entre empresas, limitando a aquisição de componentes vitais e a venda de
  produtos apenas por meio do Leilão aberto. Talvez, decorrente da pressão
  exercida por estas indústrias, o Governo está regulamentando alternativas que
  permitirão, além do leilão, a venda de componentes no
  mercado SPOT (importação direta), bem como abertura para vendas
  diretas de produtos acabados para atendimento da demanda internacional
  (exportações). Uma fonte oficial da Fazenda afirma que esta resolução
  permitirá que o livre mercado possa se instalar em VOCAT, quebrando uma
  legislação retrógrada e ultrapassada. É o livre comércio exercido sem o julgo
  estatal. Se esta abertura resultar em cartelização
  de preços, a mesma fonte afirma que as facilidades oferecidas poderão ser
  retiradas de forma sumária. É pagar para ver.
 
  Os fornecedores de matérias
  primas, animados com o mercado aquecido, impuseram seus preços em altos
  patamares nos recentes leilões setoriais. O governo aparenta contaminação
  pela febre dos preços altos, sinalizando uma subida em seus preços mínimos no
  leilão. Não se espera preços inferiores a $103 nos lances do próximo evento
  comercial coletivo. Entretanto, com a abertura das compras diretas, uma nova
  alternativa para aquisição de produtos importados apresentará a possibilidade
  limitada de compras de matérias primas por $130, na quantidade desejada, com
  entrega imediata dos componentes adquiridos.
 Os preços para produtos
  acabados estão em um vôo cego.A baixa do Dolar
  americano parece ter calado o mercado comprador, trazendo expectativa de
  baixa nos preços finais dos produtos acabados.
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