BIBLIOTECA DOS

NOVOS
ENGENHEIROS

Introdução à Engenharia
2006-1

Isnard Martins

 

11


Ameaças Freqüentes no Desenvolvimento de um Projeto de Engenharia


Camila Uriarte é estudante de

Engenharia da PUC-Rio
Abril 2006

Resumo
Riscos/ameaças são todas as anomalias que podem acontecer e impactar no desenvolvimento do projeto; é todo evento futuro e incerto que possa comprometer o atingimento de um ou mais objetivos do projeto (especificações, custos ou tempo, por exemplo). Vale frisar que os níveis de risco variam muito de acordo com o projeto em questão.

Introdução

Evidencia-se cada vez mais a percepção de que gerenciar projetos significa gerenciar riscos. No entanto, é curioso observar que até alguns anos atrás havia muita ingenuidade por trás das técnicas de gerenciamento de projetos, as quais partiam do princípio absurdamente otimista de que nada iria dar errado ao longo dele. Ou seja, ninguém iria pedir demissão, ficar doente, ou mesmo render menos que o estimado no início; todas as ferramentas de desenvolvimento funcionariam perfeitamente, não conteriam bugs, seriam fáceis de aprender e de utilizar, e assim por diante. Os clientes saberiam exatamente o que querem, e seus desejos e necessidades não mudariam durante o projeto. Além disso, os analistas seriam capazes de entender perfeitamente estas necessidades, sem nenhuma ambigüidade e sem deixar nada de fora. A fase de testes não revelaria muitos defeitos, apenas um número suficiente deles, capaz de encher os dias previstos pelo cronograma original para os testes.

Até que se descobriu o equívoco que vinha sendo cometido e foram aparecendo formas de lidar com o imprevisível: atualmente conhecida como gestão de riscos, e que consiste em identificação, classificação e quantificação dos riscos, bem como em definição, planejamento e gerenciamento das ações de resposta a eles (eliminação), cujo responsável vem a ser o gerente de projetos.
É basicamente o desenvolvimento de estratégias de controle sobre quatro variáveis: tempo, custo, qualidade e escopo. Embora uma visão mais empreendedora falasse desse evento incerto e futuro também como algo que poderia ampliar o sucesso do projeto, isto é, a "oportunidade" como o "risco com sinal trocado".


*Identificação: utlilizam-se diversas técnicas, como brainstorming e tabelas padronizadas com as ameaças geralmente enfrentadas, que podem ter origem: no próprio projeto; em ocorrências não planejadas ou em causas externas. Suas conseqüências podem ser desde mínimas até traumáticas, e afetarão: os resultados do projeto e a consecução dos objetivos e/ou a duração, com o estouro de prazos e custos.

*Classificação: depois de identificados, devemos qualificá-los em baixo, médio ou alto de acordo com o prejuízo causado.

*Quantificação: nessa fase devemos quantificar os prejuízos causados caso os riscos viessem a ocorrer.

*Eliminação: após o levantamento das ameaças, inicia-se a fase de efetuar um plano de ação de contramedidas para neutralizá-los. Neste plano, para cada item é identificado um responsável e uma data limite para que a ação neutralizadora seja concretizada. (Um bom gerente deve medir bem os riscos e aceitar os desafios).

Administração das ameaças   (tratar primeiro as mais graves)

São de dois tipos: os com potenciais de danos mais relevantes e aqueles individualmente menos traumáticos, porém mais numerosos e dotados de um coeficiente de alta probabilidade de ocorrência, cujas conseqüências combinadas podem influenciar negativamente o resultado do projeto.
Ao lidar com riscos, consideram-se: uma mudança de estratégia para reduzir a probabilidade ou amenizar seu impacto potencial; planos de contingência para lidar com as conseqüências, caso ocorram; organização de planos, para que os problemas previsíveis ocorram logo no início do ciclo de vida do projeto, quando podem ser facilmente retificados a um custo mínimo; medidas especiais para fornecer alerta antecipado do perigo; previsão de tempo adicional para acomodar as conseqüências da variação.
Além disso, deve-se levar em conta o risco externo para que se possa planejar estratégias para reorganização, introdução de novos métodos ou rotinas que são freqüentemente suscetíveis à resistência inesperada por parte dos empregados (ou organizações de empregados que prevêem a ameaça ao emprego, condições de trabalho ou rotina pessoal). Na previsão de dificuldades, uma boa idéia talvez seja incluir um consultor generalista ou de relações públicas para avaliar qualquer ameaça externa e aconselhar sobre medidas para prevenir comentários mal informados, evitar apreensão ou combater a oposição.

Abaixo foram relacionadas as ameaças capazes de afetar diversos tipos de organizações. Sendo assim, é essencial remover as que não forem relevantes à organização em questão e adicionar as novas ameaças identificadas durante a fase de avaliação do projeto.

Ameaças comuns

Ameaça

Exemplo

Descrição resumida da ameaça

Exemplo específico

Incidente catastrófico

Incêndio

Incidente catastrófico

Inundação

Incidente catastrófico

Terremoto

Incidente catastrófico

Forte tempestade

Incidente catastrófico

Ataque terrorista

Incidente catastrófico

Tumultos/agitações públicas

Incidente catastrófico

Deslizamentos de terras

Incidente catastrófico

Avalanche

Incidente catastrófico

Acidente industrial

Falha mecânica

Interrupção na energia elétrica

Falha mecânica

Falha de hardware

Falha mecânica

Falhas da rede

Falha mecânica

Falha nos controles ambientais

Falha mecânica

Acidente de construção

Pessoa bem-intencionada

Funcionários desinformados

Pessoa bem-intencionada

Usuário desinformado

Pessoa mal-intencionada

Hacker, cracker

Pessoa mal-intencionada

Criminoso cibernético

Pessoa mal-intencionada

Espionagem industrial

Pessoa mal-intencionada

Espionagem patrocinada pelo governo

Pessoa mal-intencionada

Engenharia social

Pessoa mal-intencionada

Funcionário atual descontente

Pessoa mal-intencionada

Antigo funcionário descontente

Pessoa mal-intencionada

Terrorista

Pessoa mal-intencionada

Funcionário negligente

Pessoa mal-intencionada

Funcionário desonesto (subornado ou vítima de chantagem)

Pessoa mal-intencionada

Código de comunicação móvel mal-intencionado

Tabela 1.1

Bibliografia
http://www.microsoft.com/brasil/security/guidance/riscos/srappc.mspx - consultado em 21 de abril de 2006
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ger%C3%AAncia_de_projetos - consultado em 21 de abril de 2006

 www.pfc.unesp.br/~erich/gpti/ GPTI%20-%20Aula05%20-%20Riscos.ppt -
consultado em 21 de abril de 2006
http://www.sucesues.org.br - consultado em 21 de abril de 2006
Holanda, Nilson. Planejamento e projetos: uma introdução às técnicas de planejamento e elaboração de projetos, 1974, Brasília, APEC/MEC.

 

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